Friday, June 19, 2009

Poiiiissss, agora dói

O voto é secreto", foi como José Carlos Pereira respondeu ao Expresso sobre se tinha votado a favor ou contra o pré-acordo celebrado pela Comissão de Trabalhadores (CT) com a administração da Autoeuropa. Membro do Comité Central do PCP e dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul, largamente maioritário na empresa, é o líder da tendência comunista da CT.
Nos dois plenários realizados na segunda-feira, dia 15, para esclarecer os mais de três mil empregados da empresa, foi António Chora, o coordenador da CT e militante do BE, quem expôs e defendeu os termos do pré-acordo. Já o dirigente comunista José Carlos Pereira, falando em nome dos três membros da sua tendência na CT, optou pela ambiguidade: o pré-acordo, não sendo mau, não deixaria de constituir uma perda de direitos adquiridos e uma abertura para coisas piores e mais sábados no futuro...
Mais clara foi a intervenção de um dirigente da Fiequimetal (a mais importante federação da CGTP), Joaquim Escoval; este sindicalista, que também é autarca da CDU na Moita, manifestou sérias reticências ao pré-acordo, especialmente porque representaria a criação do chamado "banco de horas" - uma solução contemplada no actual Código do Trabalho, mas sempre rejeitada pela CGTP. Chora, que anunciou que iria votar a favor, acentuou que a fábrica de Palmela era a única unidade da Volkswagem em todo o mundo que não possuía um banco de horas. UGT a favor, CGTP contra
No final dos dois plenários - um por cada turno e que encheram por completo o refeitório da empresa -, Licínio Barros, o único membro da CT que pertence a um sindicato da UGT, começou a "ter algumas dúvidas" que o resultado do referendo fosse favorável. Está certo, porém, que "a esmagadora maioria dos sócios do meu sindicato, o Sindel, votou a favor". O acordo referendado previa a redução do pagamento do trabalho extraordinário em seis sábados por ano. A votação decorreu na quarta-feira e por uma diferença de 129 votos os trabalhadores da Autoeuropa rejeitaram o pré-acordo: 1381 votos contra e 1252 a favor, numa massa de votantes de quase 90 por cento.
Este resultado "era expectável", afirma o sindicalista comunista José Carlos Pereira. "Há um grande descontentamento na empresa com toda a pressão e chantagem feita sobre os trabalhadores, que têm feito grandes cedências e estão fartos de ver os seus direitos afrontados". Este dirigente dos Metalúrgicos admite que "muitos dos associados do meu sindicato votaram contra". Lay-off e dispensa de 150 contratados a prazo
A este sindicato pertence António Chora, que já foi deputado do BE e que, à frente da CT, comunicou no dia 18, à administração, os resultados da votação. À falta de acordo, a empresa limitou-se a informar que divulgará na próxima semana as medidas que irá tomar unilateralmente, tendentes a reduzir os custos de fabrico. Antes das negociações, recorda Chora, o que estava na agenda da empresa era o recurso ao lay-off, a fixação dos turnos (com a perda do respectivo subsídio) e a dispensa de 250 contratados a prazo. Licínio Barros, da UGT, lamenta o sucedido e refere que "a redução do trabalho extraordinário ao sábado significava, na pior das hipóteses, uma perda de € 170 por ano por trabalhador. Se vier a ser aplicado o lay-off, aquela perda será de € 250 por mês!"
Não é a primeira vez que um acordo laboral na Autoeuropa é chumbado em referendo. Foi o que sucedeu em 2005, com o acordo a ser renegociado e, submetido a nova votação, aprovado. A repetição deste cenário é posta de parte por António Chora. "Neste acordo não há nada para renegociar e os trabalhadores têm de assumir as suas responsabilidades". Chora afasta igualmente a possibilidade de uma demissão da CT, perante o voto contrário da maioria dos efectivos da fábrica. "Não se justifica, até porque haverá eleições para a CT em Março. Uma demissão seria deixar os trabalhadores ao deus-dará".

In Expresso

Parece que alguém não percebeu que não poderia haver terceira votação. Alguém convenceu os trabalhadores que as paredes se afastam quando vamos contra elas. Alguém se esqueceu de comunicar que a proposta da empresa era um pacote fechado. Alguém se esqueceu que podemos sempre escolher mas que as escolhas têm consequências

Monday, June 08, 2009

Poiiiiis

Autoeuropa – Palmela
Comissão de Trabalhadores estabelece pré-acordo

A Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa em comunicado divulgado, hoje, aos trabalhadores da empresa informou que concluiu o «processo negocial», sendo estabelecido um «Pré-acordo» que visa “fazer face à crise no sector automóvel, às flutuações de produção e à garantia de emprego para todos os trabalhadores da Autoeuropa”.
“Downdays, continuam a ser a principal ferramenta para enfrentar as baixas de produção conforme consta no acordo de 2008/10.A marcação de downdays apenas pode ser feita para toda a fábrica, produtos ou áreas, downdays individuais só podem ser marcados com acordo dos trabalhadores” – refere o comunicado da Comissão de Trabalhadores.“Se durante a vigência deste acordo, a empresa proceder a despedimentos ou término de contratos de trabalho por redução da produção , este acordo perde validade e os sábados começarão a sr pagos como trabalho extraordinário” – sublinha a CT.O acordo terá início em 1 de Setembro de 2009 e termina a 31 de Dezembro de 2011.Para analisar este Pré acordo estão agendados plenários com os trabalhadores que irão decorrer no dia 15 de Junho. Os trabalhadores votam o Pré-Acordo no dia 17 de Junho.

In Rostos

Thursday, June 04, 2009

Pois...

Secretariado da Célula da Autoeuropa do PCP“Trabalhadores demonstraram que têm braços para trabalhar e cabeça para pensar”
“Trabalhadores demonstraram que têm braços para trabalhar e cabeça para pensar” Em comunicado, o Secretariado da Célula da Autoeuropa do PCP refere que “os últimos plenários realizados recentemente na Autoeuropa foram um ponto alto, em que os trabalhadores demonstraram que têm braços para trabalhar e cabeça para pensar” e acrescentam: “Perante a firmeza demonstrada, a administração viu-se obrigada a recuar e retocar a sua proposta/imposição.”
O Secretariado da Célula da Autoeuropa do PCP entende que “É mais do que evidente que não é a crise, ou seja, a quebra de produção que até aqui têm alegado, que mais preocupa a administração. A pressão que tem sido feita sobre os trabalhadores para impor o aumento da semana de trabalho de 5 para 6 dias (incluindo os sábados), para além de ser totalmente contraditória com a situação de baixa de produção face à capacidade produtiva instalada, representa uma vez mais uma vergonhosa chantagem a que a administração não se coibiu de recorrer de forma rasteira”. E acrescentam: “ O seu objectivo é liquidar direitos aos trabalhadores, passando por cima da própria Legislação, cuja revisão, apesar de a ter agravado, não foi aquilo que realmente pretendia o grande patronato, impedido pela luta corajosa que os trabalhadores portugueses moveram nestes últimos anos.”Entendem que :”A crise precisa de uma saída, mas não pode passar por cima do esforço e do sacrifício dos mesmos do costume: os trabalhadores. Os lucros obtidos no passado devem servir para ultrapassar a crise do presente.”Referem que: “a recente reunião anual de accionistas da Volkswagem decidiu aumentar os dividendos em relação ao ano de 2007. Assim, referente ao ano de 2008 foram distribuídos mais de 700 milhões de euros. “ E acrescentam: “Por outro lado não podemos esquecer que o governo português disponibilizou cerca de 900 milhões de euros para o chamado Programa de Apoio ao Sector Automóvel (PASA) para que as empresas ultrapassem as quebras de produção/vendas, evitando despedimentos e garantindo os salários aos trabalhadores abrangidos. Perante este cenário de luta em que se encontram os trabalhadores da Autoeuropa, é preciso ter ânimo e resistir às ofensivas da administração.”“Os comunistas estão na primeira linha na defesa dos postos de trabalho. Fazem-no de cabeça erguida, sempre com os trabalhadores e garantem tudo fazer para que os nossos direitos, liberdades e garantias sejam respeitados”, finalizam.

In Rostos